sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Fatalidade recifense

Santo Agostinho afirmava que sabia o que era o tempo, mas que, se alguém lho perguntasse, não saberia responder. Existem coisas difíceis de definir, algumas impossíveis.

Estou sentado aqui, no mais antigo restaurante do Recife e, provavelmente, do Brasil, e fico pensando como dizer a alguém do Rio, o que é o Leite. Mário de Andrade foi quem chegou mais perto: fatalidade recifense. Mas não é tudo. Tudo, em Recife, é o Capibaribe, um rio que produz poetas e estadistas e em cujas margens o Leite nasceu.

O resto é imaginar a tripulação do Zepellin fazendo algazarra em uma de suas mesas, depois de atravessar o Atlântico. Não seria abusado alguém que citasse, entre seus fregueses, Gilberto Freyre, Assis Chateaubriand e João Pessoa (que teve a delicadeza de não ser assassinado no Leite, mas logo à saída).

Agora, lembrar que Sartre e Mme. De Beauvoir almoçaram por ali, é muita provocação.

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